Espelho, amigo verdadeiro
Tu refletes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exato e minucioso,
Obrigado, obrigado!
Mas se fosses mágico,
Penetrarias até o fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta. (1939)
Versos de Natal in: BANDEIRA, Manuel. Bandeira de Bolso: uma antologia poética / Manuel Bandeira; organização e apresentação de Mara Jardim. - Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.
2 comentários:
O fantástico M. Bandeira e sua mania de emocionar a gente...
Verdade professor Fernando, gosto muito de Manuel Bandeira. Abç.
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