sexta-feira, 19 de novembro de 2010

18.11.2003...18.11.2010



18.11.2003 ...

Ainda faltava um mês para você vir ao mundo.
E de repente me perguntam: Qual será o nome mãe?
E eu sem saber o sexo respondo: Vitor ou Vitória.
Então às 18h11min chega minha Vitória.
Magrinha, frágil, sem poder ir para casa durante um mês.
E lá estou eu, mamãe aos 21 anos, cheia de medos e incertezas.
Como educar um filho?  Como ensiná-lo sobre a vida?
Passam-se os dias, os meses, você se torna forte, e eu descubro que a tarefa de ensinar não é minha, mas sua.
Cada dia que você abre os olhos, a cada nova palavra, a cada conquista, você me ensina o quanto a vida é maravilhosa.
Deita-se escondida para ler “Numa e a Ninfa”, fica ouvindo pelos cantinhos minhas aulas sobre Walter Benjamin, lê suas histórias para que eu interprete-as, diz que o dicionário é seu livro preferido, dá nome ao meu blogue e dá sentido à minha vida.
Descubro que nunca vou ensiná-la com palavras, mas com ações, e tenho medo, pois o ser humano é imperfeito.
Porém à noite, sempre que faz suas orações e lembra-se dos meus sonhos, eu tenho a mais absoluta certeza, de que você é a extensão da minha vida, mesmo que eu não seja a mãe mais perfeita do mundo.
És tudo o que quero ser.

Obrigada filha.

3 comentários:

Fernando Vieira Peixoto Filho disse...

Os filhos: milagres! Metafísica que desafia a medíocre inteligência humana. Duas almas se amam de repente e vem do céu uma terceira alma - totalmente distinta. De onde veio essa alma terceira?

Do infinito...

Valéria Lourenço disse...

Sim Professor Fernando, do infinito...
Abçs.

Mariana Valle disse...

Que lindo, Valéria! Meu maior sonho é ser mãe...
Parabéns pelo blog, sempre leio mas tenho vergonha de comentar. rsrs
bjs